03 fevereiro, 2008

Sócrates no país do Chico-Esperto

Nestes últimos dias, a imprensa nacional voltou a estar ao rubro com mais algumas trapalhadas e ilegalidades associadas ao nosso Primeiro Ministro José Sócrates, o que não é de admirar.
Para uns, isto não constitui qualquer tipo de novidade, uma vez que deste senhor, já é de esperar tudo ou quase tudo. Para outros, ou seja, para aqueles que ainda acreditam no inacreditável, trata-se de uma campanha orquestrada por um grande grupo económico contra o bom(?) nome do José Sócrates. Cá está a vitimização como via para a salvação.
Na minha maneira de ver as coisas, um político tem que ser antes de tudo, um exemplo para a sociedade civil, seja como simples cidadão, seja como profissional.
De José Sócrates, o que é que lhe conhecemos como cidadão? Pertence à geração dos chamados “profissionais da política”, que levam a vida a debitar discursos e falam de tudo como se fossem autênticos especialistas nas mais diversas matérias. Na realidade, nesta classe política (e por incrível que pareça) começa a imperar o analfabetismo funcional e exemplos não faltam.
De José Sócrates, o que é que lhe conhecemos como profissional?
1 - O exercício da profissão de engenheiro técnico civil, rico de actos eticamente reprováveis, profissionalmente inaceitáveis e reprovados pela própria Associação Nacional de Engenheiros Técnicos.
2 – Um percurso académico conducente ao grau de Licenciado, nada claro e feito numa Universidade conhecida por hipermercado de diplomas. Pelo que se consta, até o Armando Vara lá foi buscar o seu. Normalmente, estes indivíduos são fruto da política da subserviência cultivada nas juventudes partidárias. Tiram um curso de forma pouco transparente, vão estagiar para o gabinete do Sr. Ministro, são promovidos a chefes-de-gabinete, e lá vão subindo até chegarem a deputados, secretários de estado, ministros e por aí fora.

4 - Uma passagem pelo parlamento em regime de dedicação exclusiva (declaração de honra), mas que na realidade também havia declarado (sob compromisso de honra), que no mesmo período trabalhava no sector privado. Assim, lá "beneficiou" dos respectivos complementos salariais pelo seu (falso) regime de exclusividade. As leis não são para cumprir, a regra é contonrá-las.
3 – Uma forma de governar do tipo Frei Tomás, que, na realidade é mais do tipo “Chico-esperto”, com um passado (i)maculado, um profundo (des)conhecedor de todos os dossiers de política governativa. Até de economia, agricultura, educação, etc., ele dá a entender que percebe. Na realidade, ele é um produto de marketing da sociedade do consumo imediato, do tipo “mastiga e deita fora”.


Será este o rumo a seguir? Os portugueses estão preocupados e fartos de palhaçadas e outro tipo de trapalhadas. Foram-nos pedidos esforços em nome da coesão social, do equilíbrio das finanças públicas, rétété e rétété….etc, etc. Qual foi o resultado? ZERO.
Nos dias de hoje, fazer política parece resumir-se à desacreditação da oposição, ao show off mediático e ao recurso ao marketing político que parece transformar o maior "Burro" numa espécie de governante modelo que tudo “vai resolver”.
Até Mesquita Machado parece alinhar pelo mesmo diapasão. Nas reuniões de Câmara, nada sabe sobre os projectos para Braga. Mas, no final das mesmas, promove conferências de imprensa com pompa e circunstância, para anunciar ao jornalistas (e em primeira mão), o que minutos antes desconhecia perante os vereadores da oposição.
Em reacção a este modo de fazer política, o Prsidente da República tem manifestado preocupação crescente com os casos de corrupção, o bastonário da Ordem dos Advogados, denuncia corrupção, o povo portugês só vê corrupção, a imprensa denuncia a corrupção. Mas afinal para onde vamos? O que andam a fazer as polícias e os tribunais? De que forma se acautelam os bens do estado? Na realidade, reconheço que temos uma justiça muito dura para os pobres e outra demasiado branda para os ricos.

Na edição de ontem (dia 2) do Expresso, o director do Observatório de Segurança (General Garcia Leandro) manifestava a este semanário tais preocupações, indo mesmo mais longe "a sociedade civil está farta deste tipo de fazer política, Portugal está em risco de explosão social. Vão ocorrer movimentos de cidadãos que já não aguentam mais o que se passa".

Assim, faz todo o sentido denuncia publicamente toda podridão associada a este tipo de indivíduos, sejam eles Primeiros-ministros, Ministros, chefes de divisão, tarefeiros, etc, etc. A seriedade e a responsabilidade pessoal e profissional tem que existir não só durante as campanhas eleitorais. Nunca vi um político desonesto que, de um momento para o outro passou a ser honesto. Mas o contrário acontece normalmente.

2 comentários:

Anónimo disse...

O nosso projectista, na sua juventude e ainda na cidade da Covilhã, bateu com o popó do papá (um vistoso Ford Capri) e deu á soleta.
Aparte: de todas as biografias/fretes da nossa imprensa ainda ninguém referenciou isto, apesar de ouvirem o amigo, a amiga, o primo, a prima, o amigo do primo, o colega de escola…e por aí adiante.
Quanto ao “bate-e-foge” será que nesses idos anos do milénio passado, o dito estava-se a formar ou já estaria formado?
Outra dúvida: será que ele é tão bom a governar-nos como a projectar?
Quanto ao Chico está na hora de se dedicar, ainda mais, á sueca. Passou o seu tempo, perdeu a sua (nossa) oportunidade. Aquando das idas ao estrangeiro (como quando Braga participou nos “Jogos sem Fronteiras”), poderia ter aprendido um bocadito – do que se faz lá fora em política de cidade - se não tivesse preferido ficar enfiado no hotel a jogar bilhar…

Anónimo disse...

E tão irreverente que ele foi. Em Coimbra uma vez na queima até se embebedou. Mas alguém andava sóbrio em Coimbra durante a queima?