27 fevereiro, 2008

Portugal: uma pescadinha de rabo na boca


Este texto de Guerra Junqueiro, foi escrito em 1896
há coisas que pouco ou nada mudam... "Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz desacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta. [.] Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro. Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País. A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas. Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento»

21 fevereiro, 2008

Cidades criativas - Bracara Amanhã

Cidades criativas, reflexão sobre o futuro das cidades portuguesas
vamos divulgá-lo

Concurso escolar dirigido aos alunos 12.º ano da disciplina de área de projecto - Ano 2007/2008 Promoção Universidade de Aveiro - SACSJP Associação Portuguesa de Planeadores do Território - APPLA

Um blogue da equipa participante:
Escola Secundária Dona Maria II (Braga) Turma: 12ºF


Parabéns: Alexandra Pinheiro; João Pereira; Joaquim Mendes; Luísa Nascimento e Maria Ribeiro

09 fevereiro, 2008

PPP & PP


Qual o preço a pagar? Isso depois será apresentado em primeira mão, numa conferência de imprensa convocada especificamente para esse fim, a realizar no final de uma Aassembleia Municipal ou de uma reunião de Câmara.

03 fevereiro, 2008

Sócrates no país do Chico-Esperto

Nestes últimos dias, a imprensa nacional voltou a estar ao rubro com mais algumas trapalhadas e ilegalidades associadas ao nosso Primeiro Ministro José Sócrates, o que não é de admirar.
Para uns, isto não constitui qualquer tipo de novidade, uma vez que deste senhor, já é de esperar tudo ou quase tudo. Para outros, ou seja, para aqueles que ainda acreditam no inacreditável, trata-se de uma campanha orquestrada por um grande grupo económico contra o bom(?) nome do José Sócrates. Cá está a vitimização como via para a salvação.
Na minha maneira de ver as coisas, um político tem que ser antes de tudo, um exemplo para a sociedade civil, seja como simples cidadão, seja como profissional.
De José Sócrates, o que é que lhe conhecemos como cidadão? Pertence à geração dos chamados “profissionais da política”, que levam a vida a debitar discursos e falam de tudo como se fossem autênticos especialistas nas mais diversas matérias. Na realidade, nesta classe política (e por incrível que pareça) começa a imperar o analfabetismo funcional e exemplos não faltam.
De José Sócrates, o que é que lhe conhecemos como profissional?
1 - O exercício da profissão de engenheiro técnico civil, rico de actos eticamente reprováveis, profissionalmente inaceitáveis e reprovados pela própria Associação Nacional de Engenheiros Técnicos.
2 – Um percurso académico conducente ao grau de Licenciado, nada claro e feito numa Universidade conhecida por hipermercado de diplomas. Pelo que se consta, até o Armando Vara lá foi buscar o seu. Normalmente, estes indivíduos são fruto da política da subserviência cultivada nas juventudes partidárias. Tiram um curso de forma pouco transparente, vão estagiar para o gabinete do Sr. Ministro, são promovidos a chefes-de-gabinete, e lá vão subindo até chegarem a deputados, secretários de estado, ministros e por aí fora.

4 - Uma passagem pelo parlamento em regime de dedicação exclusiva (declaração de honra), mas que na realidade também havia declarado (sob compromisso de honra), que no mesmo período trabalhava no sector privado. Assim, lá "beneficiou" dos respectivos complementos salariais pelo seu (falso) regime de exclusividade. As leis não são para cumprir, a regra é contonrá-las.
3 – Uma forma de governar do tipo Frei Tomás, que, na realidade é mais do tipo “Chico-esperto”, com um passado (i)maculado, um profundo (des)conhecedor de todos os dossiers de política governativa. Até de economia, agricultura, educação, etc., ele dá a entender que percebe. Na realidade, ele é um produto de marketing da sociedade do consumo imediato, do tipo “mastiga e deita fora”.


Será este o rumo a seguir? Os portugueses estão preocupados e fartos de palhaçadas e outro tipo de trapalhadas. Foram-nos pedidos esforços em nome da coesão social, do equilíbrio das finanças públicas, rétété e rétété….etc, etc. Qual foi o resultado? ZERO.
Nos dias de hoje, fazer política parece resumir-se à desacreditação da oposição, ao show off mediático e ao recurso ao marketing político que parece transformar o maior "Burro" numa espécie de governante modelo que tudo “vai resolver”.
Até Mesquita Machado parece alinhar pelo mesmo diapasão. Nas reuniões de Câmara, nada sabe sobre os projectos para Braga. Mas, no final das mesmas, promove conferências de imprensa com pompa e circunstância, para anunciar ao jornalistas (e em primeira mão), o que minutos antes desconhecia perante os vereadores da oposição.
Em reacção a este modo de fazer política, o Prsidente da República tem manifestado preocupação crescente com os casos de corrupção, o bastonário da Ordem dos Advogados, denuncia corrupção, o povo portugês só vê corrupção, a imprensa denuncia a corrupção. Mas afinal para onde vamos? O que andam a fazer as polícias e os tribunais? De que forma se acautelam os bens do estado? Na realidade, reconheço que temos uma justiça muito dura para os pobres e outra demasiado branda para os ricos.

Na edição de ontem (dia 2) do Expresso, o director do Observatório de Segurança (General Garcia Leandro) manifestava a este semanário tais preocupações, indo mesmo mais longe "a sociedade civil está farta deste tipo de fazer política, Portugal está em risco de explosão social. Vão ocorrer movimentos de cidadãos que já não aguentam mais o que se passa".

Assim, faz todo o sentido denuncia publicamente toda podridão associada a este tipo de indivíduos, sejam eles Primeiros-ministros, Ministros, chefes de divisão, tarefeiros, etc, etc. A seriedade e a responsabilidade pessoal e profissional tem que existir não só durante as campanhas eleitorais. Nunca vi um político desonesto que, de um momento para o outro passou a ser honesto. Mas o contrário acontece normalmente.

02 fevereiro, 2008

Altruismo e mecenato do comendador Berardo

Sabiam que a Fundação Berardo recebe anualmente do Estado, um 1.000.000 € (um milhão de euros) para "despesas de funcionamente e actividades, pagos em 2 prestações de €500.000 cada, em Março e Setembro de cada ano?
Toda a informação pode ser consultada no Despacho n. 1156/2008 do Ministério da Cultura - Gabiente da Ministra, publicado no Diário da Republica, II Série, de 09/01/2008. E, já agora consulte também o artigo 6 do DL 164/2006 de 9 de Agosto, DR I Série, (e em anexo o artigo 6 dos Estatutos da Fundação). http://dre.pt/index.html


MINISTÉRIO DA CULTURA
Gabinete da Ministra
Despacho n.º 1156/2008


Nos termos e ao abrigo do disposto no artigo 6º do Decreto - Lei n.º 164/2006, de 9 de Agosto, conjugados com o disposto na alínea a) do artigo 6º dos Estatutos da Fundação de Arte Moderna e Contemporânea — Colecção Berardo, aprovados pelo mesmo diploma, determino:
1 — Que o Fundo de Fomento Cultural atribua à Fundação Colecção Berardo a quantia de 500 000,00 € (quinhentos mil euros) correspondente à prestação devida durante o mês de Setembro de 2007.
2 — O presente despacho produz efeitos a partir de 1 de Setembro
2007 e revoga o meu anterior despacho n.º 28/MC/2007, de 31 de Agosto de 2007.
12 de Dezembro de 2007. — A Ministra da Cultura, Maria Isabel da Silva Pires de Lima.

Se ainda não acreditam, vejam O Diário da República

01 fevereiro, 2008

Trapalhadas de egenheiro e assinaturas de favor....

José Sócrates assinou numerosos projectos de edifícios na Guarda, ao longo da década de 80, cuja autoria os donos das obras garantem não ser dele. Nalguns casos, esses documentos eram manuscritos com a letra de Fernando Caldeira, um colega de curso do actual primeiro-ministro que era funcionário do município e que, por isso, não podia assumir a autoria de projectos na área do concelho. In: Público - última hora

Em declarações à Agência Lusa, o presidente da Câmara da Guarda, Joaquim Valente, que também foi colega de curso de José Sócrates, disse que para a autarquia que lidera, em termos de titularidade dos projectos, "o assunto está arrumado". "Há um técnico que faz 27 projectos, que os assinou e que acompanhou todos os procedimentos desde o início dos projectos até ao fim dos mesmos, que é quando é atribuída a licença de habitabilidade", referiu.
Joaquim Valente rejeita a ideia de que teria funcionado no concelho, nos anos 80, um esquema em que alguns técnicos camarários se escondiam atrás do nome de José Sócrates para obter o licenciamento dos projectos feitos por eles, como é referido pela edição de hoje do jornal Público. In:
RTP.pt.

No meio de tudo isto, enriqueci o meu vocabulário, aprendi mais uns termos técnicos: ISTO NÃO É CRIME, MAS UMA FRAUDE À LEI SEM RELEVÂNCIA CRIMINAL..

E em Braga, não se cometem as fraudes à lei sem relevância criminal?
Os processos de licenciamento de construção têm todos igual tratamento?