Cansa. Cansa ver tanta desfaçatez, tanta fuga, tanto jogo de empurra. Ninguém fez, ninguém autorizou, ninguém assume, ninguém quer resolver a situação.
Hoje, no Diário do Minho e no Correio do Minho, afinal os dois jornais de Braga, o assunto era comum. Hoje, como há dias, o jornal que teoricamente deveria mostrar uma foto mais “escondida”, o Diário do Minho, era aquele que a mostrava maior. Não dá para perceber.
Entendamo-nos de uma vez por todas. Diga-se quem é que foi o ideólogo da estátua, quem a pagou, quem autorizou a sua colocação, quem é que nunca levantou uma palha sobre a situação e porquê. Já cansa de tanto diz-se diz-se em que ninguém tem “culpas”, em que ninguém tem que resolver a situação. Já chega de jogo de empurra! Ou talvez não: estamos em Portugal, onde o processo da Casa Pia já começou há uma boa meia dúzia de anos e em que se não vê o fim; estamos em Portugal, o país onde Saddat queria ser julgado…
Já lá vão uns bons 5 anos, talvez 6, em que um dia apareceu no meio do largo D. João Peculiar um estranho plinto, feito em granito de cores diferentes e dissonantes com o dos edifícios ali existentes. Percebia-se que iria haver asneira, isto é, que ali, naquele nico repleto de edifícios cheios de história, ir-se-ia colocar mais uma peça. Cumpria-se Braga, onde o horror do vazio acontece e onde, portanto, são possíveis centros comerciais como o Galécia ou urbanizações como a da Makro.
Segundo o jornal Correio do Minho de hoje foi a anterior direcção do Cabido que tomou a iniciativa da colocação do plinto. Não estranhamos. Mas há outra pergunta que fica no ar: quem é que autorizou a colocação do plinto naquele local? A Câmara e o IPPAR teriam que, obrigatoriamente, dar essa autorização. Se a não deram, se não foram confrontados com um pedido formal para a colocação, porque é que não mandaram retirar o plinto e porque é que não moveram um processo a quem o ali fez colocar sem autorização? Será que em Braga, será que na zona de protecção da Sé há outra há outra entidade que não sejam a Câmara Municipal e o IPPAR com a responsabilidade da sua gestão?
A partir de certa altura houve pressões de particulares e da Misericórdia e o plinto saiu dali. E ainda bem.
Só que saiu dali para outro lado. Outro lado bem diferente. Mas onde, pelos vistos, a história se repetiu.
Ou seja: a estátua que iria ser colocada no Largo D. João Peculiar, naquele largo tão pequenino, iria ser colocada no Largo de São Paulo, várias vezes maior e muitíssimo mais desafogado. Ou seja: estava a haver um erro crasso não só de quem queria transferir a estátua (o Cabido, segundo o Correio do Minho de hoje) e de quem tem a gestão daquele espaço (a Câmara, naturalmente, mas nunca referida pelo mesmo Correio do Minho).
Foi só a partir do momento em que a estátua ficou visível que os bracarenses a puderam conhecer. Antes, acreditamos, apenas deveria ser conhecida pelo encomendante e pela Câmara. Pelo encomendante porque foi ele que deu a ordem ao escultor para a fazer e lhe deu as indicações que teria de seguir. Pela Câmara porque não se pode fazer uma intervenção num espaço público sem haver uma apreciação prévia pelos seus serviços.
Não é, porém, isto o que se pode entender da leitura do Correio do Minho de hoje: a Câmara confiou no sentido estético do Cabido e deu autorização tácita para que a obra fosse colocada.
Meus senhores: isto é grave. Muitíssimo grave. Se um qualquer munícipe quiser fazer alterações no INTERIOR, sim, digo INTERIOR da sua casa terá que as submeter à apreciação da edilidade. Mas se essa entidade for o Cabido, pelos vistos já pode fazer o que quiser. Dá para acreditar?
E se foi dada autorização tácita será que foi dada por escrito? Ou foi apenas oral? Será que um serviço público pode dar uma autorização apenas oral para uma quem quer que seja possa intervir no espaço público?
E ainda outra questão: mesmo que essa autorização tácita tenha sido efectivamente dada, não havia ninguém na Câmara com capacidade para perceber que aquela estátua e plinto não tinham escala para poder ali permanecer? Não havia ninguém com sentido estético que tivesse poder para dar ordem para o monumento ser dali retirado? Acredito que não. Ao ver o estado urbanístico da cidade acredito bem que não.
Mas há ainda outra coisa a considerar: a estátua não só não tem a mínima qualidade estética como ainda por cima tem um báculo com uma forma muito invulgar, a de um enorme pénis. Poderia passar se fosse colocada nas Caldas, mas acredito que nem aí a quereriam, tão fraca é.
Ou seja: havia mais uma razão para a Câmara a mandar retirar. Não por falsos moralismos mas sim pelo seu péssimo interesse artístico.
E aí não entendemos também a posição da igreja de Braga. Hoje, segundo o mesmo Correio do Minho, o seu chefe recusou-se a falar da estátua. Porquê? Porque é que não encara a situação de frente e deixa adiar o problema? Qual é o seu interesse em não actuar? Será que tem medo de afrontar quem ali a mandou colocar? Um chefe não pode, nem deve ser déspota. Mas tem de ser chefe, isto é, tem de resolver o que está mal.
Entretanto a cidade fala, entretanto a cidade vai tomando posição, entretanto TODA A POPULAÇÃO vai mostrando o seu desagrado com a manutenção desta situação. Os únicos que, pelos vistos, se sentem bem, que gostam do que está a acontecer, são a Câmara e a Igreja.
Entretanto o assunto tornou-se alvo de chacota a nível nacional, referido na televisão e nos jornais. Basta ver, por exemplo, o número do desportivo “A Bola” de ontem.
Hoje, no Diário do Minho e no Correio do Minho, afinal os dois jornais de Braga, o assunto era comum. Hoje, como há dias, o jornal que teoricamente deveria mostrar uma foto mais “escondida”, o Diário do Minho, era aquele que a mostrava maior. Não dá para perceber.
Entendamo-nos de uma vez por todas. Diga-se quem é que foi o ideólogo da estátua, quem a pagou, quem autorizou a sua colocação, quem é que nunca levantou uma palha sobre a situação e porquê. Já cansa de tanto diz-se diz-se em que ninguém tem “culpas”, em que ninguém tem que resolver a situação. Já chega de jogo de empurra! Ou talvez não: estamos em Portugal, onde o processo da Casa Pia já começou há uma boa meia dúzia de anos e em que se não vê o fim; estamos em Portugal, o país onde Saddat queria ser julgado…
Já lá vão uns bons 5 anos, talvez 6, em que um dia apareceu no meio do largo D. João Peculiar um estranho plinto, feito em granito de cores diferentes e dissonantes com o dos edifícios ali existentes. Percebia-se que iria haver asneira, isto é, que ali, naquele nico repleto de edifícios cheios de história, ir-se-ia colocar mais uma peça. Cumpria-se Braga, onde o horror do vazio acontece e onde, portanto, são possíveis centros comerciais como o Galécia ou urbanizações como a da Makro.
Segundo o jornal Correio do Minho de hoje foi a anterior direcção do Cabido que tomou a iniciativa da colocação do plinto. Não estranhamos. Mas há outra pergunta que fica no ar: quem é que autorizou a colocação do plinto naquele local? A Câmara e o IPPAR teriam que, obrigatoriamente, dar essa autorização. Se a não deram, se não foram confrontados com um pedido formal para a colocação, porque é que não mandaram retirar o plinto e porque é que não moveram um processo a quem o ali fez colocar sem autorização? Será que em Braga, será que na zona de protecção da Sé há outra há outra entidade que não sejam a Câmara Municipal e o IPPAR com a responsabilidade da sua gestão?
A partir de certa altura houve pressões de particulares e da Misericórdia e o plinto saiu dali. E ainda bem.
Só que saiu dali para outro lado. Outro lado bem diferente. Mas onde, pelos vistos, a história se repetiu.
Ou seja: a estátua que iria ser colocada no Largo D. João Peculiar, naquele largo tão pequenino, iria ser colocada no Largo de São Paulo, várias vezes maior e muitíssimo mais desafogado. Ou seja: estava a haver um erro crasso não só de quem queria transferir a estátua (o Cabido, segundo o Correio do Minho de hoje) e de quem tem a gestão daquele espaço (a Câmara, naturalmente, mas nunca referida pelo mesmo Correio do Minho).
Foi só a partir do momento em que a estátua ficou visível que os bracarenses a puderam conhecer. Antes, acreditamos, apenas deveria ser conhecida pelo encomendante e pela Câmara. Pelo encomendante porque foi ele que deu a ordem ao escultor para a fazer e lhe deu as indicações que teria de seguir. Pela Câmara porque não se pode fazer uma intervenção num espaço público sem haver uma apreciação prévia pelos seus serviços.
Não é, porém, isto o que se pode entender da leitura do Correio do Minho de hoje: a Câmara confiou no sentido estético do Cabido e deu autorização tácita para que a obra fosse colocada.
Meus senhores: isto é grave. Muitíssimo grave. Se um qualquer munícipe quiser fazer alterações no INTERIOR, sim, digo INTERIOR da sua casa terá que as submeter à apreciação da edilidade. Mas se essa entidade for o Cabido, pelos vistos já pode fazer o que quiser. Dá para acreditar?
E se foi dada autorização tácita será que foi dada por escrito? Ou foi apenas oral? Será que um serviço público pode dar uma autorização apenas oral para uma quem quer que seja possa intervir no espaço público?
E ainda outra questão: mesmo que essa autorização tácita tenha sido efectivamente dada, não havia ninguém na Câmara com capacidade para perceber que aquela estátua e plinto não tinham escala para poder ali permanecer? Não havia ninguém com sentido estético que tivesse poder para dar ordem para o monumento ser dali retirado? Acredito que não. Ao ver o estado urbanístico da cidade acredito bem que não.
Mas há ainda outra coisa a considerar: a estátua não só não tem a mínima qualidade estética como ainda por cima tem um báculo com uma forma muito invulgar, a de um enorme pénis. Poderia passar se fosse colocada nas Caldas, mas acredito que nem aí a quereriam, tão fraca é.
Ou seja: havia mais uma razão para a Câmara a mandar retirar. Não por falsos moralismos mas sim pelo seu péssimo interesse artístico.
E aí não entendemos também a posição da igreja de Braga. Hoje, segundo o mesmo Correio do Minho, o seu chefe recusou-se a falar da estátua. Porquê? Porque é que não encara a situação de frente e deixa adiar o problema? Qual é o seu interesse em não actuar? Será que tem medo de afrontar quem ali a mandou colocar? Um chefe não pode, nem deve ser déspota. Mas tem de ser chefe, isto é, tem de resolver o que está mal.
Entretanto a cidade fala, entretanto a cidade vai tomando posição, entretanto TODA A POPULAÇÃO vai mostrando o seu desagrado com a manutenção desta situação. Os únicos que, pelos vistos, se sentem bem, que gostam do que está a acontecer, são a Câmara e a Igreja.
Entretanto o assunto tornou-se alvo de chacota a nível nacional, referido na televisão e nos jornais. Basta ver, por exemplo, o número do desportivo “A Bola” de ontem.