12 março, 2009

Publicação das Escavações/Trabalhos em curso

Por: Carlos Santos

Da mesma forma que surgiram protestos e notícias a criticarem/informarem, a actuação menos clara no caso do Prolongamento do Túnel, devemos louvar agora a "nova" conduta da UAUM ao publicar os trabalhos em curso no seu site.
http://www.uaum.uminho.pt/novidades/novidades.htm

Penso que a forma mais correcta de actuar passa pela publicação de:
-Plano de Trabalhos (antes do inicio dos mesmos)
-Publicações Preliminares (do decorrer dos mesmos)
-Relatórios Finais (com o plano inicial, as alterações efectuadas devido aos novos achados, todas as intervenções realizadas, todos as escavações efectuadas e acompanhadas pelos arqueólogos, o material arqueológico recolhido/encontrado, o diferente tratamento dados aos respectivos achados, etc…)

Através dos dados agora publicados, podemos observar que importantes estruturas vão ser musealizadas "in situ", mantendo o valor patrimonial que o Complexo global das mesma representa. (Fonte do Ídolo, Via Romana XVII, Edifício Romano provavelmente ligado ao culto Religioso, Conjunto de Sepulturas)

É uma enorme mais valia para o Município e para o País, facto que devemos ao trabalho profissional da UAUM e à boa vontade da Empresa que detém o Antigo Quarteirão dos Correios.
Ao contrário do que se passou no Prolongamento do Túnel onde a CMB, que devia ser a maior interessada no património, e mais uma vez o desvalorizou... (Templo/Edifício Romano de grande dimensões)

Se as Sete Fontes já estivessem entregues à UAUM, penso que todos os cidadãos interessados estariam mais “descansados”, do que a terem Arqueólogos despedidos quando cumprem o seu trabalho de forma profissional. De referir que a UAUM já propôs esse alargamento, sem ter conseguido, por caso do actual executivo da CMB, se não estou em erro.

Esta conduta da UAUM merece a devida atenção por parte dos cidadãos mais interessados, e por parte da impressa, uma vez que se trata de uma forma de actuação que promove a transparência, num país onde o segredo parece imperar.

Carlos Santos

12 comentários:

Duarte de Armas disse...

Ainda que o Carlos Santos queira fazer uma lavagem de cara à UAUM, irei apresentar em breve dois factos:
a) - Que a UAUM continua a ser vitima dos empreiteiros e não reforça a posição da arqueologia bracarense;
b) - Que a UAUM teve oportunidade de aferir o potencial patrimonial das Sete Fontes,mas que por duas vezes já se alheou do processo:
1 - Quando houve trabalhos de prospecção arqueológica e o resultado final foi de que não haviam encontrado NADA (curiosamente agora encontra-se muita coisa)!
2 - Quando o arqueólogo Fontes ia viabilizando um projecto de construção do ISAVE que ia dando cabo das Sete Fontes,ainda mais que o Hospital.
Mas em breve exporei aqui todos os factos!

Batalharemos com as armas que temos!

Anibal Duarte Corrécio disse...

Batalharemos com as armas que temos !

Ana Galvão disse...

Juizinho sr. Duartinho...Veja lá naquela em que se mete.

Anónimo disse...

Eu não quero lavar a cara de ninguem! :)

Apenas acho que houve uma "mudança" muito positiva, que é a de publicar o decorrer dos trabalhos, e como já referi o ideal seria publicarem que plano de trabalhos estão previstos mesmo antes de começarem as intervenções.

Porque assim tudo se torna mais claro, onde são feitas as sondagens, o que se encontrou,... tudo muito mais transparente, e assim podemos perguntar por exemplo:
-Se fosse a X descoberta porque não fizeram Y novas sondagens.
-Se face a X descoberta porque não fizeram Z modificação no projecto inicial.
Etc...

Agora com isto não quero dizer que a UAUM é perfeita... Apenas vou "julgando" os acontecimentos, e este sinceramente acho muito positivo. Tal como no passado critiquei e existem muitos pontos que critico a UAUM, os quais já enviei em email, mas não obtive resposta...

Anónimo disse...

Quanto ao ultimo ponto que referi, termos a UAUM nas Sete Fontes ou Arqueólogos nas "mãos" das construtoras...

Mário Sinaleiro disse...

Srs. Carlos Santos e Duarte de Armas:
- Se a ética profissional imperasse e se os arqueólogos mostrassem publicamente a sua credibilidade, certamente que teríamos os empreiteiros nas mãos do arqueólogos e não o contrário como se verifica em Braga.
Saudações

Anónimo disse...

Houve um Arqueólogo que o demonstrou, e teve o apoio psicológico do IGESPAR, mas protecção pura e dura nem vê-la...

Francisco Sande Lemos disse...

Nenhuma entidade ou pessoa está acima do escrutínio público. As questões colocadas nos blogues podem em muito contribuir para esclarecer problemas pendentes. Por isso não concordo com o comentário de Ana Galvão.
Para mim e em última análise o meu desejo é que cada vez mais bracarenses e residentes em Braga se interessem pelo valioso património arqueológico que jaz no subsolo da cidade de Braga e nos seus arredores.
Por exemplo as obras na zona do Liceu de Sá de Miranda estão a ser acompanhadas? Bem perto fica a Igreja de S. Vicente e junto passava a VIA NOVA para Asturica.

Está prevista, tanto quanto sei dos jornais, a recuperação do vale do Rio Este. Trata-se de uma oportunidade excelente para se verificar a hipotética existência de equipamentos antigos, romanos e medievais, ligados ao aproveitamento da energia hidráulica ou explorações agrícolas.

Acho muito bem que se investigue todo o processo das Sete Fontes, mas entretanto as máquinas, na obra do Novo Hospital, circulam todos diariamente sobre as galerias (diz-se que foram descobertas mais, não assinaladas na classificação) e pouco se sabe sobre as medidas de protecção e os estudos em curso.

As ruínas do Canto sudeste do quarteirão são de extremo interesse patrimonial e científico. Faço votos para que sejam efectivamente musealisadas e não aconteça o mesmo que se verifica com a Insula das Carvalheiras.

Francisco Sande Lemos

dumemartinho disse...

Caro S. Lemos;
Não ligues ao que disse a tal ANA, aquilo já é o estrebuchar de moribundo.

Anibal Duarte Corrécio disse...

Acompanho o Sr. Martinho no seu comentário e não vou ao próximo post do Zé de Braga para não ferir susceptibilidades

Miguel Marques disse...

De facto, creio que se poderia especular sobre as actuações/intenções da UAUM.
Sou forçado a concordar com o meu caro colega Duarte de Armas, porque, esperando pela sua exposição dos factos, creio que se perceberá o jogo monopólio efectuado entre CMB e a UAUM.
É que é de tirar o chapéu ao grupo Regojo por musealizar os vestígios romanos dentro do seu edifício comercial, mas será que esta musealziação tem já tambe´m um acordo de manutenção? É que se não vai acontecer o mesmo que o balneário pré-romanizado da estação de Caminhos de Ferro, ou as Frigideiras do Cantinho. No primeiro caso vê-se a negligência dos proprietários do sítio porque não há indicações até ao sítio e o monumento está constantemente sujo. Quanto às Frigideiras do Cantinho, estas têm os vidros tão riscados que não se consegue perceber nada do que se tenta vislumbrar.
De qualquer forma, chamo a atenção para o pormenor: É fácil solicitar ao grupo Regojo que musealize porque tem dinheiro para investir. O mesmo não se passou com a UAUM a fazer a mesma indicação à CMB. A CMB também podia ter musealizado, em corte os vestígios no túnel e nem por isso a UAUM o solicitou. Limitou-se a tapar, sem perceber o que tinham encontrado.
Quanto ao Hospital, é provável que a pressão seja idêntica, isto é, talvez depois do despedimento do arqueólogo, a UAUM esteja à espera de ser convidada a intervir naquele sítio. Pode ser é que quando o fizer, jánão haja nada mais para encontrar.

Samuel disse...

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Samuel