29 junho, 2009

QREN/PIDDAC - Braga, qual o seu papel?

Face às declarações de Rui Rio (Porto), resta-me colocar aqui alguns dados, retirados da CCDR-N e do PIDDAC nacional.
Apesar da dificuldade em encontrar dados que reflictam as realidades globais dos investimentos foi possível apurar o seguinte:
-"A VERDADE DENTRO DO NORTE"A NUTS III Grande Porto, apesar de estar a 75,1% da média Europeia dos 27, conseguiu aceder aos fundos porque ficou camuflada no Norte, isto apesar de ter dimensão superior ao pedido pela UE para NUTS III, enquadrando-se numa dimensão de NUTS II.
Apesar desta artimanha que permitiu aceder aos fundos, e já sendo claramente a região mais rica de todo o Norte, verificou-se nas contas de 2000 a 2007 que a NUTS III Grande Porto, centralizou em média 42,4% dos Fundos comunitários destinados ao Norte, apesar de apenas possuir 3,8% da área, e apenas 34,2% da população.
Ao mesmo tempo, as regiões mais pobres do Norte têm vários projectos chumbados, por motivos alegadamente alheios.Isto só acontece porque em Portugal praticamente só Lisboa e Porto têm “peso” político, e porque os políticos do Minho não têm sabido defender a região e as suas centralidades, que se encontram numa politica de anexação por parte do Grande Porto, e de extinção das sedes de decisão local.
"A VERDADE DO PIDDAC"E o “roubo” ao Distrito de Braga.
O distrito tem cerca de 1.100.000.000€ a reaver em relação à média nacional. Isto em apenas 7 anos.
--- Face a isto gostaria de ver um estudo sério às contas do “PIDDAC” e do “QREN”, desde que elas existem, que nos mostrassem quais os valores globais, qual o valor per capita, e quais os Distritos e Concelhos mais desfavorecidos.
Nestes dados que pude apurar, em nenhum deles o Porto aparece desfavorecido, mas os responsáveis políticos do Porto, não param de exigir, e conseguiram sem dúvida regalias com isso. Como estamos próximos das eleições autárquicas, e entendo que Braga e o seu Presidente não podem “pensar” apenas na gestão municipal, têm que entender Braga no contexto regional e nacional. or isso espero que o candidatos compreendam isso, e gostaria de ver esta problemática debatida durante esta campanha.
É fundamental o “inicio” efectivo da cooperação entre os municípios do Distrito e é fundamental que Braga e o restante Distrito compreendam isso, e consigam capitalizar devidamente os fundos comunitários a que têm direito.
Projectos estruturantes como a Rede Ferroviária, interligada com uma possível Rede Urbana em Braga, e com a Estação do TGV.
As Variantes às Nacionais 101(Monção), N103(Cháves), N14 (Famalicão), são fundamentais para recolocar Braga mais próxima da sua área de influência, que tem sido perdida com a evolução de outras acessibilidades que tornam essas regiões mais próximas do Porto e de outras centralidades.
A ligação ao AvePark através de um túnel que o colocaria a 6km de Braga e ligaria de forma previligiada Braga à zona norte de Guimarães. recuperação patrimonial dos Castros, Cidade Romana, Cidade Medieval.
Enquadram-se perfeitamente no âmbito dos fundos comunitários, e como fica evidente esses fundos foram desviados para outras regiões. Além de no PIDDAC o 1.100.000.000€ que o Distrito tem de perda face à média nacional, daria para comportar muitos destes custos. Algo vai mal, quando não vemos os políticos do Distrito unidos contra a actual injustiça politica do País, para com o Distrito e para com o Minho.
Perante o cenário actual numa Regionalização eu defendo que o Norte deve ser dividido em Minho, AMP, e Trás-os-Montes. Ou em alternativa teriam que ser estabelecidas as cotas de investimento para cada região, de forma justa, e não pelo peso político que cada uma delas possui.
Por: Carlos Santos

6 comentários:

pabarbosa disse...

boa noite
Se pegarmos no exemplo recente dos concelhos do Alto Minho é notória a macrocefalia bacoca do município de Viana do Castelo relativamente aos restantes.
Ali, o senhor doutor Defensor Moura, queria tratar da sua "aldeia" de forma isolada e receber chorudas quantias do POLIS, QREN, PIDDAC, sem dar cavaco aos restantes municípios multipartidários do alto minho.
O tiro, esse saiu-lhe pela culatra
pois, na ânsia desbragada de demolir o prédio "Coutinho" terá de pedir "em rodilhas" aos municípios do Alto Minho uns troquinhos para mandar cantar o cego, ele próprio.

Antonio Almeida Felizes disse...

Caro Carlos Santos,

Dada a temática abordada, tomei a liberdade de publicar este seu "post", com o respectivo link, no
.
Regionalização
.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Esqueci-me de referir antes, concordo plenamente que numa lógica regionalista o Minho não pode nunca ficar na mesma região da A.M.Porto.
Culturalmente e por todos os restantes aspectos que possamos imaginar, a nossa região é o Minho, e estamos mais próximos de Trás-os-montes, e até porventura da Galiza...mas aqui já é só uma opinião particular.
Sempre me espantou aliás a ideia que foi lançada há uns anos de uma chamada região entre douro e minho...e a inércia com que quase ninguém a pôs em causa na altura. Para bem da nossa evolução regional, aqui sim, estaremos bem melhor separados do Porto. Olhemos antes para a Galiza...não de um modo ingénuo atenção.

Jose Silva disse...

Carlos,

As decisões de conventrar o investimento do Norte no Porto foram tomadas em Lisboa...

PMS disse...

Não percebi qual a sua posição. Os fundos destinados ao Norte pela UE devem ser aplicados em Lisboa? A posição de Rui Rio é criticável?

Anibal Duarte Corrécio disse...

A regionalização a quem a trabalha. Não a dos caciques e de todos aqueles que ao falarem dela só procuram mais um tacho.